Notícias - Kill Zone 2

Dificilmente alguém deve ter jogado pra valer o primeiro jogo da série, Killzone: Liberation. O pior é que a Guerrilla Games, a produtora do game, não faz questão de tentar contar a história em que você vai se meter. Logo no início o jogador é arremessado diretamente em uma guerra entre terráqueos e os Hellgasths, descendentes humanos que colonizaram Helgan há muitas gerações. Esse planeta tinha um ambiente muito hostil aos seres humanos e a lei da evolução permitiu que eles conseguissem sobreviver e se adaptar ao novo habitat. Essa adaptação, contudo, trouxe consequências para seus organismos, modificando todos os seus genes e seu DNA. O resultado é que eles não podem mais ser considerados da mesma raça que a nossa. Para ter uma ideia, os Helgasths são envenenados por oxigênio, por isso eles usam máscaras o tempo todo em nosso planeta.

Os fatos ocorrem logo após os eventos de Killzone: Liberation (lançado para PSP). A força da Terra, a ISA (Interplanetary Strategic Alliance), cansada de sofrer ataques dos Helghasts, decide contra-atacar invadindo a civilização alienígena. Acontece que os Helgasts são muito mais fortes, rápidos e resistentes que os humanos. Além disso, eles são condicionados para matar, seres sem um pingo de remorso e que não vão hesitar em puxar o gatilho contra seus “parentes”.

Quem já jogou outros games de tiro em primeira pessoa pode pensar que Killzone 2 é um jogo bastante genérico: mocinhos contra bandidos em um mundo pós apocalíptico e pronto. Mas não é bem assim. Diferente dos jogos anteriores, Templar, protagonista do primeiro Killzone, não é o herói desta vez (ele foi promovido e agora não precisa entrar em combate direto). A missão agora cabe ao sargento Tomas Sevchenko (Sev), cara durão que convive com outros três integrantes do esquadrão Alpha na invasão à Helgan. Ambos irão dividir seus medos e anseios, além de ataduras e a boias no centro de comando. Isso significa que, ao menos, o game tenta fazer com que você se afeiçoe aos caras e tenta passar o sentido de companheirismo. Isso, obviamente, é um clichê, e o jogo não é um clássico da ficção ou de guerra, mas conforme os fatos vão se desenrolando, você passa a sentir vontade de saber como tudo isso vai acabar.

A trama passa por pontos interessantes que mostram a lavagem cerebral dos Helghasts, os conflitos de uma guerra, a perda de um companheiro de guerra… Fica nítido que existe sim um propósito, mas os dez estágios passam em um piscar de olhos e logo você sente que isso não foi o suficiente para criar laços com os caras, além de às vezes nem prestar atenção por conta da quantidade de tiros que voam por todos os lados. Logo depois de 15 horas em frente à TV o jogo acaba, você vê os créditos finais e sente que deveria ter mais alguma coisa para ser mostrada. Mas, pode acreditar, haverá um Killzone 3.

Saraivada de balas
Acontece que Killzone 2 é um jogo de tiro, e como tal, a diversão é sair por aí estourando alguns miolos. Assim que você põe suas mãos no jogo propriamente dito descobre que ele é muito mais bonito do que foi exibido em quaisquer fotos ou vídeos até hoje, principalmente se você possui o sistema ideal para jogar: TV de alta definição e sistema de som 5.1. E nem precisa ser uma TV Full HD, pois o game roda lisinho em 720 linhas e 30 quadros constantes.

O visual é um espetáculo – já nos primeiros minutos você vê Sev acordando em uma base suspensa da ISA com milhares de detalhes espalhados: latas de comida, caixotes de suprimentos e naves de despacho. Não é necessário dizer que você ficará muito tempo de queixo caído apenas assistindo a cada mínimo detalhe, como os mais variados tipos de efeitos de luz e sombra, além de uma variedade imensa de texturas super trabalhadas e realistas. Depois de uma breve cena você cairá direto no campo de batalha, aquele mesmo que está na demonstração da PlayStation Network.

Corpos voando, tiros zunindo, gritos por todos os lados – certamente você se sentirá dentro de um campo de batalha. As explosões levantam nuvens de fumaça e poeira que atrapalham a visão, os corpos que voam de milhares de maneiras diferentes, as naves que explodem no ar e acabam com seus reforços. Com tudo isso acontecendo bem diante de seus olhos, a adrenalina fica constantemente em níveis muito elevados, algo sensacional e que nenhuma cena em CG conseguiria transmitir ao jogador.

Ainda quanto aos gráficos, há detalhes que fazem a grande diferença, como paredes e colunas (não todas) que podem ser destruídas. Logo no primeiro estágio é possível acabar com um dos prédios explodindo caixas de munição ou acertando inimigos que carregam lança-foguetes. O som da explosão pode assustar seus vizinhos, tamanha é a acuidade do áudio.

Essa última parte merece um destaque especial, pois este é o primeiro jogo que tem suporte ao sistema de som 7.1. Isso significa que você tem a imersão no ambiente mais fiel possível e você pode se guiar apenas com o som do ambiente, dando a você uma precisão maior a respeito da origem dos disparos e dos gritos de ordem. A trilha sonora também não fica por baixo: toda orquestrada e bem empolgante nos momentos certos. O áudio só fica um pouco por baixo no quesito da atuação dos atores que dublaram as falas – em alguns casos eles não transmitem a veemência de seus sentimentos, como o pedido de ajuda ou das ordens a serem seguidas.

A física e efeitos especiais também são bastante importantes. Caixas e garrafas podem ser destruídas de modo convincente, graças ao engine Havok. A energia cinética também atua profundamente e são amplamente vistas quando você acerta uma determinada parte do corpo de seu adversário, como ombros e pernas. Dependendo da parte em que você acertar o disparo o inimigo irá voar, tomando impulso a partir do local do impacto – isso se aplica também às granadas e explosivos plásticos.